sábado, 20 de junho de 2015

Deputados pedem explicações a Miguel Bianchini sobre declaração


De atuação discreta na Assembleia Legislativa, o deputado de Santiago e estreante Miguel Bianchini (PPL), já protagonizou, uma polêmica. Ele afirmou, em uma rádio da cidade de origem, que é prática recorrente entre os parlamentares o recebimento de parte dos salários dos seus assessores e que teria sido pressionado a fazer o mesmo, mas que jamais fará.
A declaração fez com que o Colegiado de Líderes da Assembleia elevasse o tom com o santiaguense. Os 15 parlamentares e o presidente da Casa, Edson Brum (PMDB), que compõem o colegiado, deram prazo para que Bianchini se posicione oficialmente até terça-feira.
Conforme os deputados com os quais o "Diário" falou, são duas as alternativas para Bianchini: se retratar com os colegas pela declaração que causou constrangimento ou apresentar um documento que aponte ou prove para alguma denúncia de extorsão.
Na última terça-feira, o áudio da declaração de Bianchini foi reproduzido em uma reunião dos deputados. Na sala, estavam o parlamentar e os demais colegas. O mal-estar foi inevitável.
A declaração de Bianchini se deu na esteira do caso do deputado de Passo Fundo Diógenes Basegio (PDT), que é suspeito de exigir parte do vencimento de assessores. Bianchini afirmou, em entrevista à rádio, que há, sim, a prática da extorsão de salários dos CCs (cargos em comissão). Em agenda na Região Central, na sexta-feira, Bianchini falou com a reportagem e afirmou que a frase foi tirada de um determinado contexto e que, agora, não fala mais sobre o tema.
Eleito em outubro de 2014, com 13.515 votos, o bombeiro, que era vereador de Santiago, garantiu a única cadeira do PPL na Assembleia graças à expressiva votação de Manuela D'Ávila (PCdoB), que era de sua coligação e fez 222.435 votos. O novato, de poucas palavras, afirma que seu mandato é voltado às questões da saúde, segurança pública e meio ambiente. Ele assegura que irá buscar contemplar as demandas de Santiago e do Vale do Jaguari.

Veja abaixo uma entrevista com o deputado estadual de Santiago:

Diário de Santa Maria — O senhor disse recentemente que é prática recorrente na AL os deputados exigirem parte dos salários dos assessores...

Miguel Bianchini - Eu não falei daquele caso. Eles (imprensa) pegaram uma parte da minha entrevista. Eu falei que sou contra a reeleição por vários fatores. Aí, eu fiz umas colocações em âmbito geral, só que pegaram uma parte, em que eu dei o exemplo do meu mandato, entendeu? É um assunto que eu não quero me posicionar.

Diário — O senhor pede parte dos salários dos seus assessores?

Bianchini - Não quero comentar sobre esse assunto. Não quero entrar nesse assunto. Mas não, não.

Diário — Como que está a sua relação com o presidente do PPL, Werner Rempel (que é vereador em Santa Maria. Em abril deste ano, Werner disse que Bianchini não estava alinhado aos princípios ideológicos do partido)?

Bianchini - A relação está tranquila. Aquele confronto foi resolvido e está tudo bem.

Diário — Neste primeiro ano de mandato, qual é a sua aposta de trabalho?

Bianchini - Há alguns temas que são prioritários. Um desses projetos iniciais, agora, e que quero emplacar, é a nomeação dos aprovados nos concursos públicos do Estado. O que me preocupa é que muitos (concursos) são feitos, as pessoas são nomeadas e não são chamadas. Os concursos perdem a validade e as pessoas acabam não sendo nomeadas. É uma expectativa que acaba sendo frustrada. Também tenho um projeto de alteração no plano de carreira da Brigada. Há um outro projeto, que estou trabalhando, que diz respeito ao policial militar, seja homem ou mulher, de receber um revólver e um colete à prova de balas para o desempenho da função. Porque hoje, na Brigada, principalmente entre as mulheres, os coletes são os mesmos usados pelos homens e passam para os outros. No mínimo, o Estado deve dar essa condição de cada um ter seu armamento e seu colete.

Diário — Qual a avaliação do senhor e do seu partido da crise financeira do Estado?

Bianchini — Eu estive, recentemente, reunido com a direção do TCE para saber a condição real das finanças do Estado. Os números jogados pela oposição e pela situação são bem divergentes. Mas realmente o gasto do Estado com pessoal, no ano que passou, está já no limite de alerta. É preciso prudência em algumas áreas.

Diário — Qual a posição do PPL frente ao governo Sartori? Será oposição ou situação?

Bianchini — Na quarta-feira tenho uma reunião, em Santa Maria, para discutir essa questão. Por enquanto, a nossa postura é de independência. Até para vermos como vai se comportar o governo frente a essas dificuldades. Nessa reunião, faremos uma avaliação e, claro, pode-se ter uma avaliação e uma posição.
Fonte:Diário de Santa Maria

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