segunda-feira, 3 de julho de 2017

Jhonata Almeida: "Momento Musical"

Buenas!

No “Momento Musical” de hoje, uma resumida e acessível diferenciação acerca das divisões e subdivisões dos segmentos de Música Gaúcha, que muitas vezes são um pouco deturpados...

A “grosso modo”, podemos dividir a Música Gaúcha em galponeira (tradicionalista) e nativa (nativista). Sem tocar na parte histórica, como as formas com que essas vertentes se instalaram aqui, vamos “atacar” o mérito da classificação e de como reconhecer as diferenças.

Basicamente, podemos de forma simplificada dizer que a música galponeira é a “de dançar” e a nativista é a “de ouvir”, ou que a galponeira é a “de baile” e a nativa é a “de festival”; porém, logicamente essa conceituação rudimentar é uma maneira muito superficial de explicar, embora sirva pra compreensão.

Os ritmos mais marcantes da música galponeira sem dúvida são a vaneira, o bugio e a rancheira, secundariamente aparecendo o xote e a marcha, e ainda com presença da valsa e do chamamé, entre outros (como a variação “baileira” da milonga ou até do tango, novamente ressaltando a ausência da explicação da parte histórica por não ser esse o objetivo do texto).

Como expoentes da música galponeira podemos citar conjuntos renomados como “Os Monarcas”, “Os Mirins”, “Os Serranos” e “Os Bertussi”, entre inúmeros outros.

A música nativista já compreende uma subdivisão bem maior, com destaque para o nativista de fronteira e o nativista missioneiro, e dentro dessas duas classes temos outras subdivisões.

Uma das características normalmente marcantes que diferenciam o nativismo do galponeirismo sem dúvida são os temas das letras (ressaltando o fato de que qualquer canção de qualquer dessas vertentes pode ser instrumental, ou seja, não possuir letra e mesmo assim ser claramente diferenciada): músicas galponeiras em sua maioria retratam os bailes (e os acontecimentos deles), os costumes do campo, o cavalo e possuem textos mais “simplórios” (logicamente com exceções); já a música nativista costuma ter letras mais bem elaboradas, contando histórias de temas específicos ou contendo lições e questões para reflexão (novamente, com exceções).

Podemos citar como destaques do nativismo missioneiro nomes como Noel Guarany, Cenair Maicá e Pedro Ortaça (este com reflexos visíveis da música galponeira, embora historicamente considerado um dos pilares do missioneirismo), entre outros; como expoentes do nativismo de fronteira cabe colocar nomes como Adair de Freitas, César Passarinho e os bem mais recentes César Oliveira e Rogério Melo (todos esses com influências marcantes do galponeirismo em suas obras, embora conservando a marca do fronteirismo em seus estilos). Além disso, temos as subdivisões do nativismo romântico, urbano e outros, bem como as análises de vários desses nomes que citei...Porém são temas para outros textos...
Cabeludo
Jhou Batera //

Jhonata Almeida

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