O plenário do
Senado aprovou, sem alterações em relação ao texto da Câmara, a Medida
Provisória (MP) 665, que altera as regras para acesso do trabalhador ao
seguro-desemprego, ao seguro-defeso e ao abono salarial. A matéria segue agora
para sanção da presidenta Dilma Rousseff.
Em longa
e apertada votação, com 39 votos favoráveis e 32 contrários, o governo
conseguiu o apoio da maior parte de sua base para garantir que o texto fosse
aprovado sem mudanças e não precisasse retornar para última análise dos
deputados, o que poderia fazer com que a MP perdesse a validade por decurso de
prazo.
A maior
polêmica em relação ao texto se deu em torno do artigo que traz as mudanças no
abono salarial. Atualmente, o trabalhador que tiver trabalhado no ano anterior
pelo menos 30 dias com carteira assinada e tiver recebido até dois
salários-mínimos, tem direito ao abono de um salário-mínimo.
As novas
regras aprovadas pelo Congresso estabelecem que ele terá que ter trabalhado
pelo menos 90 dias no ano anterior e receberá o benefício proporcionalmente ao
tempo trabalhado. Assim, ele receberá um doze avos do salário-mínimo por cada
mês trabalhado, conforme as regras que valem para o pagamento de 13º salário.
No que se refere ao seguro-desemprego, pelo texto
aprovado, o trabalhador terá que comprovar ter trabalhado por pelo menos 12
meses consecutivos para ter acesso ao benefício pela primeira vez. Nos casos em
que o trabalhador tiver acessando o seguro pela segunda vez, o prazo de
carência será de nove meses. E nos casos em que o acesso se der pela terceira
vez, o trabalhador terá que comprovar ter trabalhado por pelo menos seis meses
para receber o seguro.
Para
acesso ao seguro defeso, o pescador profissional terá que comprovar ter
trabalhado por um ano para ter acesso ao benefício. Ele terá direito ao seguro
mesmo que já esteja recebendo outros benefícios provenientes de programas
sociais do governo.
A votação
foi acompanhada por diversos sindicalistas que protestaram nas galerias do
plenário do Senado contra a MP. Em alguns momentos o presidente Renan Calheiros
(PMDB-AL) precisou suspender a sessão para que as manifestações das galerias
fossem controladas. O principal alvo dos sindicalistas eram os senadores do PT,
que eram acusados de traição aos trabalhadores.
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