Buenas!
No “Pensando Alto” de hoje, compartilho com vocês um relato
de um dia despretensioso, em que fiz um passeio despretensioso e escrevi uma
resenha despretensiosa...
Foi em 2014...Eu precisava entregar um livro que estava
“devendo” a um colecionador, e acabei com outra “dívida” na volta, e era
véspera do feriado de carnaval. Também tinha a intenção de trocar um par de
baquetas que havia ganhado... E fazia três dias que havia lido o livro “A
Última Grande Lição”, de Mitch Albom. Gosto do resultado desse pequeno texto,
pois passei a refletir sobre coisas aparentemente insignificantes e criei uma
nova maneira de ver o que acontece à minha volta...
Vou copiá-lo na
íntegra:
“3 de março de 2014, 14h10min...Decido sair de casa pra
cumprir os dois compromissos que eu tinha hoje...Penso em calçar uns tênis, mas
decido que não: está calor. Vou de chinelo campeiro mesmo. Calça jeans,
camiseta e cabelo preso com um coque. Na mão direita, um par de baquetas; na
mão esquerda, um livro. Quem me conhece sabe que talvez não haja conjunto mais
perfeito pra me identificar. Escolho atravessar o calçadão, sabendo que
encontraria a cidade semideserta. Mesmo assim, encontro dois conhecidos e os
cumprimento pelo caminho. As baquetas estão protegidas pela embalagem
tradicional, então ligeiramente me escorregam da mão algumas vezes. O livro
está firme. Passo por uma mulher de aparentemente 50 anos que me chama de “tio”
e me pede “uns troquinhos”: com absoluta sinceridade, respondo: “-não tenho”.
Vejo pessoas das mais variadas estirpes, como um menino de uns 16 anos que
carregava um celular com fones de ouvido e usava uma camisetinha uns 4 números
menor que ele, pra provavelmente demonstrar que está “fortinho”, ou uma moça
que despreocupadamente mexia nos cabelos enquanto caminhava na minha direção.
Resolvo o compromisso do livro, e volto com outro; o compromisso das baquetas
não pude resolver por causa da “inatividade carnavalesca do comércio”, e volto
com as mesmas pra casa. Inevitavelmente, lembrei-me do livro que li de ontem pra
hoje e pensei em coisas meio nefastas e trágicas, mas que às vezes são
válidas...E se eu não pudesse mais andar, ou enxergar? Ou outra coisa no
sentido “fim”...Quando pensei nesse tipo de coisa, resolvi escrever esse
texto...Aparentemente não houve nada de mais na minha breve saída...Mas muitas
pessoas dariam tudo pra poder dar um simples passeio assim...E resolvi
compartilhar...Mesmo sentindo-me sozinho, senti-me parte do mundo e parte do
dia...Às vezes é bom filosofar a partir de coisas que parecem não ter nada a
nos ensinar...Boa tarde!”
Cabeludo
Jhou Batera //
Jhonata Almeida
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