quinta-feira, 13 de julho de 2017

Ex-presidente fez primeiro pronunciamento após condenação na Lava Jato, cobra provas e ainda se lança à disputa pela presidência

                                           Foto: Miguel Schincariol / AFP / CP

Esta foi a primeira frase do ex-presidente Lula em seu primeiro pronunciamento:
“Se alguém pensa que com esta sentença me tirou do jogo, pode saber: eu estou no jogo.”
Por cerca de meia hora, Lula reafirmou sua inocência e pediu provas contra ele. “A única prova que existe neste processo, de não sei quantas páginas, é a prova da minha inocência”, afirmou. “Quero fazer um apelo: se alguém tiver uma prova contra mim, diga. Eu preciso. Ficaria mais feliz se eu fosse condenado com base numa prova, se eles me desmascararem.”
“Eu queria desafiar os meus inimigos que fizessem um esforço para apresentar uma única prova, um papel assinado. O que eles apresentam é um documento rasurado que pode ter sido qualquer um deles”, disparou. “Isto foi utilizado como prova junto na delação de um cidadão com quem tenho respeito, que mudou de opinião de um dia pra outro”, acrescentou, referindo-se à delação do empreiteiro Léo Pinheiro. Segundo Lula, o empresário foi orientado a acusá-lo. “Com base nisso, eu sinceramente, me sinto aliviado porque reconheço quando há uma mentira."

O ex-presidente disse que já esperava a sua condenação desde o ano passado, que, segundo ele, é embasada em mentiras. Também atacou a mídia: “A imprensa já me condenou até agora. Só no Jornal Nacional foram 20 horas. Os tucanos não aguentaram uma capa da Veja, caíram todos. Eu tenho um monte”.

Em meio ao pronunciamento, Lula pediu à presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, para concorrer nas eleições do ano que vem: "Quero dizer ao meu partido que eu vou reivindicar no PT a minha postulante candidatura”. Lula brincou com Gleisi de que a sigla entrará nas eleições com um candidato com um “processo nas costas”.
E finalizou em tom desafiador que apenas as urnas podem encerrar sua carreira política: “Quem acha que é o fim do Lula, vai quebrar a cara. Na política, somente quem tem direito de decretar o meu fim é o povo”, concluiu.

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