Os ministros e vice-ministros da Saúde do Mercosul assinaram nesta
quinta-feira em Porto Alegre um conjunto de acordos para desenvolver
ações conjuntas de combate à tuberculose, à dengue e à aids no sistema
prisional, além de outras doenças crônicas afetam as áreas de fronteira
desses países.
Entre as principais doenças comuns dos países do
bloco, a situação mais grave é a da dengue, que deve atingir 600 mil
pessoas em 2012, principalmente no Brasil e na Argentina.
—
Nossos vizinhos estão muito interessados em conhecer a nossa experência
no combate ao mosquito transmissor e aos focos da dengue, além das ações
de controle da doença com os novos protocolos de procedimentos médicos
que adotamos e permitiram reduzir o número de casos em 80% de 2010 para
2011 — explicou o secretário nacional de Vigilância em Saúde, Jarbas
Barbosa.
Entre essas ações, Barbosa cita a "poltrona de
hidratação", onde os pacientes aguardam atendimento recebendo soro, e
que teria contribuído significativamente para a redução do número do
novos casos de dengue.
A 33ª Reunião Ordinária de Ministros da
Saúde do Mercosul foi realizada no Palácio Piratini, na Capital, sob a
condução do ministro da Saúde brasileiro, Alexandre Padilha —
que transmitiu a presidência da reunião, ocupada pelo Brasil nos últimos
seis meses, para seu colega uruguaio Jorge Enrique Venegas,
representado no encontro pelo vice-ministro Yamandú Bermudez.
Além
deles, participaram da reunião os vice-ministros da Saúde da Argentina,
Gabriel Yedlin, do Peru, Victor Hugo Oré, e do Chile, Alfredo Bravo
Civit, e a diretora da Organização Panamericana de Saúde, a argentina
Mirta Roses Paniago. Suspenso do bloco depois da crise política que
resultou no impeachment do então presidente Fernando Lugo, o Paraguai
não enviou representantes.
Alcoolismo, tabagismo e obesidade também preocupam.
Padilha
também apresentou os resultados preliminares do Plano Brasileiro de
Ações Estratégicas para o Enfrentamento de Doenças Crônicas (DCNT).
Essas doenças incluem males como o diabetes, o câncer, as doenças
cardiovasculares e as respiratórias crônicas, e são responsáveis por 72%
das mortes no Brasil. O objetivo é reduzir em pelos menos dois pontos
percentuais o número de óbitos.
Segundo Barbosa, existe uma
grande preocupação na proliferação de doenças sexualmente
transmissíveis, principalmente em função do uso de drogas como o crack,
mas também da "insensibilidade dos jovens do hoje" quanto aos riscos de
transmissão por via sexual.
— Essa geração não viveu o período de
surgimento da aids, não tem amigos ou conhecidos que morreram da
doença. Nossas pesquisas indicam que mais de 80% dos integrentes desse
grupo sabem da importância do uso de preservativos, mas menos de 50%
utilizam — afirmou.
Doenças como a obesidade, o alcoolismo e o
tabagismo também preocupam bastante os embros do Mercosul, que deve
aderir às metas globais de combate a esses males que serão adotadas em
2013 pela Organização Mundial da Saúde.
Entre as medidas já
colocadas em prática pelo governo brasileiro, o ministro Padilha citou
os acordos feitos com as indústrias de alimentos para a redução, até
2016, dos níveis de sódio hoje presentes em produtos como biscoitos,
bolos prontos, salgadinhos e maionese.
Ainda hoje, Padilha
participa, em Porto Alegre, da apresentação da Rede Cegonhas, um
programa do governo federal para atendimento materno-infantil, que
ocorre à tarde na reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Às 18h30min, ele abre, na PUCRS, o 10º Congresso Brasileiro de Saúde
Coletiva (Abrasco).
Fonte: Zero Hora
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