quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Países do Mercosul unificam ações para combater dengue, tuberculose e aids

Os ministros e vice-ministros da Saúde do Mercosul assinaram nesta quinta-feira em Porto Alegre um conjunto de acordos para desenvolver ações conjuntas de combate à tuberculose, à dengue e à aids no sistema prisional, além de outras doenças crônicas afetam as áreas de fronteira desses países.
Entre as principais doenças comuns dos países do bloco, a situação mais grave é a da dengue, que deve atingir 600 mil pessoas em 2012, principalmente no Brasil e na Argentina.
— Nossos vizinhos estão muito interessados em conhecer a nossa experência no combate ao mosquito transmissor e aos focos da dengue, além das ações de controle da doença com os novos protocolos de procedimentos médicos que adotamos e permitiram reduzir o número de casos em 80% de 2010 para 2011 — explicou o secretário nacional de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.
Entre essas ações, Barbosa cita a "poltrona de hidratação", onde os pacientes aguardam atendimento recebendo soro, e que teria contribuído significativamente para a redução do número do novos casos de dengue.
A 33ª Reunião Ordinária de Ministros da Saúde do Mercosul foi realizada no Palácio Piratini, na Capital, sob a condução do ministro da Saúde brasileiro, Alexandre Padilha — que transmitiu a presidência da reunião, ocupada pelo Brasil nos últimos seis meses, para seu colega uruguaio Jorge Enrique Venegas, representado no encontro pelo vice-ministro Yamandú Bermudez.
Além deles, participaram da reunião os vice-ministros da Saúde da Argentina, Gabriel Yedlin, do Peru, Victor Hugo Oré, e do Chile, Alfredo Bravo Civit, e a diretora da Organização Panamericana de Saúde, a argentina Mirta Roses Paniago. Suspenso do bloco depois da crise política que resultou no impeachment do então presidente Fernando Lugo, o Paraguai não enviou representantes.
Alcoolismo, tabagismo e obesidade também preocupam.
Padilha também apresentou os resultados preliminares do Plano Brasileiro de Ações Estratégicas para o Enfrentamento de Doenças Crônicas (DCNT). Essas doenças incluem males como o diabetes, o câncer, as doenças cardiovasculares e as respiratórias crônicas, e são responsáveis por 72% das mortes no Brasil. O objetivo é reduzir em pelos menos dois pontos percentuais o número de óbitos.
Segundo Barbosa, existe uma grande preocupação na proliferação de doenças sexualmente transmissíveis, principalmente em função do uso de drogas como o crack, mas também da "insensibilidade dos jovens do hoje" quanto aos riscos de transmissão por via sexual.
— Essa geração não viveu o período de surgimento da aids, não tem amigos ou conhecidos que morreram da doença. Nossas pesquisas indicam que mais de 80% dos integrentes desse grupo sabem da importância do uso de preservativos, mas menos de 50% utilizam — afirmou.
Doenças como a obesidade, o alcoolismo e o tabagismo também preocupam bastante os embros do Mercosul, que deve aderir às metas globais de combate a esses males que serão adotadas em 2013 pela Organização Mundial da Saúde.
Entre as medidas já colocadas em prática pelo governo brasileiro, o ministro Padilha citou os acordos feitos com as indústrias de alimentos para a redução, até 2016, dos níveis de sódio hoje presentes em produtos como biscoitos, bolos prontos, salgadinhos e maionese.
Ainda hoje, Padilha participa, em Porto Alegre, da apresentação da Rede Cegonhas, um programa do governo federal para atendimento materno-infantil, que ocorre à tarde na reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Às 18h30min, ele abre, na PUCRS, o 10º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrasco).
 Fonte: Zero Hora

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