Buenas!
No Momento Musical de hoje, um tema no qual estou diretamente
inserido e sobre o qual tenho inúmeras observações a fazer: ensino de Música
nas escolas.
Trabalhar com Música é um desafio constante...E digo isso
tanto pela questão financeira quanto pelo lado do reconhecimento...
Normalmente, as pessoas possuem uma visão “extremista” dos músicos: ou são
estrelas absolutamente reconhecidas ou são “vagabundos”... Ou todo mundo
conhece ou ninguém conhece... Sempre digo que mídia e exposição massiva não têm
nada a ver com talento... Muitas vezes o cara que toca ali na rua quando o
semáforo fecha é muito mais talentoso do que o outro que está na TV... Estar na
mídia não é sinônimo de ter qualidade, e as pessoas confundem isso... Agora,
sobre ser professor de Música...
Uma das coisas interessantes de se observar é quando
criticamos ou observamos erros de alguém famoso... Muitos nos olham com uma
cara de “quem ele acha que é pra criticar o Sr. Fulano?” – E sobre os
comentários de quem recrimina a profissão de professor de Música? No meu caso é
interessante... Eu sou bacharel em Direito, mas parei de atuar na área há dois
anos... Também trabalhão em sala de aula com outras áreas, mas vejo que o
professor de Música sofre opiniões “8 ou 80”, do tipo: ou tu és um “simples
monitorzinho que complementa o currículo” ou então como “o cara que sabe
ensinar o que ninguém mais sabe”... Claro que nessa segunda situação a gente se
sente bem, mas eu gostaria apenas que tivéssemos um reconhecimento à altura do
que merecemos. Nem mais, nem menos.
Música nas escolas é algo que pode mover montanhas. Sou
suspeito pra falar porque trabalho com isso, mas vejo a evolução que muitos
alunos demonstram desde cedo, e a mudança provocada naqueles mais velhos, e
quando digo isso não me refiro apenas aos resultados musicais: um aluno
envolvido com Música rende mais em vários aspectos.
Lembro de uma aula em que apresentei a canção “Debaixo dos
Caracóis dos seus Cabelos” a uma turminha de primeiro aninho do fundamental:
falei sobre ditadura, sobre exílio, sobre amizade, sobre política, sobre o “Tio
Caetano”, tudo na linguagem deles e com “exageros” ou “eufemismos” bem
calculados anteriormente... O mais lindo foi vê-los depois, contando pra
“profe” tudo que eu havia ensinado a eles, com seus palavreados característicos
e com brilhos nos olhos, no alto de seus seis ou sete anos de idade...
Acredito, sim, que a Música nas escolas pode mudar várias
realidades...
Acredito estar “salvando” várias gerações com aquilo que levo
a eles, e tenho orgulho do que sou e faço...
Não é fácil, mas é um trabalhão lento, delicado e árduo...
Mas é lindo... Cativante... Divino...
Jhou Batera //
Cabeludo
Jhonata Almeida
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